Gilberto Knuttz escreve: Celular, 25 anos de vida



Sabem quem acabou de completar um quarto de século de vida? Aliás, de lançamento? O telefone celular. Em 1983 a Motorola lançou no mercado o DynaTAC 8000X com seus 33cm de comprimento, peso suficiente para fazer lastro em um navio cargueiro vazio, e módico preço que beirava os US$4.000,00.
Sete anos depois, em 1990, ele desembarcou no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, a primeira praça nacional a contar com o serviço.. Àquele tempo, as principais características dos aparelhos eram ter meia dúzia de variações do mesmo toque, agenda para 20 ou 30 números e serem, quase que via de regra, um tijolo. Quem não se lembra daqueles que insistiam de transportar os seus à cintura? Aqueles apêndices que pareciam querer se prender a tudo que aparecesse no caminho. Sem contar, é claro, com o risco de se presentear com uma escoliose.
O fato é que o celular tomou o mundo, e o Brasil, de assalto. Só em 2007 foram mais de 21 milhões de novos aparelhos, em números de julho deste ano já totalizávamos mais de 135 milhões de assinantes de serviços móveis!
Eles estão de tal maneira inseridos no contexto do nosso dia a dia, que portá-los é tão natural quanto portar uma carteira ou, para os fumantes, um maço de cigarros. Muitos sentem-se desprevenidos quando notam que não trouxeram seu pequeno ‘preciiiosssssooooo’ (lembram do Gollum/Sméagol do Senhor dos Anéis?). O primeiro sentimento é que aquela ligação tão importante que você esperou por tanto tempo vai chegar justamente nos 10 ou 15 minutos que são necessários para ir até a esquina tomar um café e voltar, neste momento, esquecemos até do identificador de chamadas, aliás, as vezes até lembramos, mas logo pensando ‘e se o telefone da pessoa for bloqueado’?
Esta relação de dependência é mais notada entre os mais jovens ? sim, já tenho idade mais que suficiente para chamar alguns de mais jovens ?, vejo o exemplo de minha cunhada, 8 anos mais nova que eu, e não consegue ficar mais que alguns minutos longe de seu aparelho, e ele tocar é quase como acionar o controle remoto da vida dela, toda e qualquer atividade é suspensa para atendê-lo, o celular não pode esperar. Cito-a como exemplo, mas é algo que vejo constantemente em pessoas de sua geração.
Mas, por mais que eu seja um pouco ranzinza a respeito, mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa, confesso, não vivo sem meus celulares. Isso, no plural. Tenho um para assuntos pessoais cujo número passo aos mais próximos e outro para assuntos de trabalho, e cujo número consta em meu cartão de visitas e contatos comerciais.

E sou grato à tecnologia celular, em especial à convergência dos computadores para estes pequenos aparelhos, nos chamados smartphones, é graças a ela que hoje posso me dar a pequenos desplantes como sair com a família para passear em um dia de semana à tarde, coloco
o escritório no bolso e vou embora sabendo que posso responder qualquer emergência, ou até mesmo intervir remotamente em algum servidor revoltado com meu pequeno bravo.

Acho que foi esta a maneira que encontrei para balancear minha relação com o pequeno aparelho, sou escravo dele grande parte do tempo, mas os momentos em que o faço meu escravo, são impagáveis.

QUEM ESCREVE??

Gilberto Knuttz, 36 anos, ganhou seu primeiro computador aos nove anos de idade. Foi usuário do pioneiro Projeto Cirandão, e posteriormente de várias BBSs, até ingressar na internet em 1993. Já trabalhou como auditor, controlador e gerente financeiro em empresas "de tijolo". Em 1999, como hobby, começou a criar e manter sites. Em 2006 o hobby evoluiu para atividade profissional através da criação e editoria de sites próprios, como o ueba.com.br, e serviços diversos na área.

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