Apesar de se estar comemorando, no próximo domingo (28) 250 anos, Camaçari, enquanto sede, tem aproximadamente 72 . Antes disso, a sede era Abrantes, que atualmente é apenas um distrito. Apesar dessa idade, só nos últimos 30 sua história tomou o rumo que configurou a sua forma atual. É o que explica, Sandra Parente, escritora do livro "Camaçari: sua historia, sua gente".

Nos anos 70, o crescimento populacional do município é impulsionado pela instalação efetiva da indústria petroquímica e a construção dos bairros Inocoop, os Poch`s e as Glebas. Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento local foi a chegada dos migrantes e dos imigrantes, que povoaram os bairros supracitados. Camaçari deixa de ser uma pacata vila, povoada por veranistas e passa a abrigar um pólo petroquímico.

No entanto, sua história não se resume apenas à chegada da indústria. O município que já foi sediado no distrito de Abrantes, berço de sua história, com a chegada da malha ferroviária, passa a ser sediado em Parafuso.

Existem dúvidas a respeito do período em que a município ficou sediado no Arraial de Parafuso, é o que afirma, Odilon Montenegro, membro da tradicional família Montenegro - antiga dona da maior parte das terras que hoje sedia o distrito de Abrantes.

Segundo Sandra Parente, entre 1754 e 1944, Camaçari era um município intendente, ou seja, seus prefeitos eram nomeados diretamente pelo governador do estado. Já em 1948 foi eleito pelo voto popular o prefeito João Osvaldo de Araújo, que permaneceu no município até 1955. José Evaristo de Souza é eleito também pelo voto popular em 1955, sendo novamente eleito em 1963. Em 59, é eleito Hermógenes Bispo de Souza. Para Sandra, pela falta de recursos, nessas três primeiras gestões pouco foi feito pelo município,que ainda não gerava renda.

Luís Pereira Costa é eleito em 67, com a chegada da Petroquímica, primeira indústria a ser instalada no pólo, o município começa a gerar recursos suficientes para a realização de obras como a construção de escolas, maternidades e pavimentação de ruas.

Em 1971, o município registra uma das menores gestões de sua história. José Vitorino dos Santos, eleito pelo voto popular, permanece na prefeitura por apenas dois anos (1971-1973). A segunda menor gestão foi feita por Antonio Andrade Silva, que eleito em três de outubro no pleito eleitoral, permanece no governo por apenas nove meses.

O motivo que levou Antonio Andrade ter permanecido por tão pouco tempo no poder, foi a instalação efetiva do pólo, que transformou o município em área de segurança nacional. A partir daí, o município tem seus prefeitos escolhidos diretamente pelo governador, como é o caso de Humberto Henrique Garcia Elery, que governou o município por 11 anos (1974 a 1985) e depois é reeleito em 1993 pelo voto popular.

O movimento das "Diretas Já !", no qual todo o país exigia que a escolha dos seus governantes fosse feita de forma democrática e não diretamente pelo estado. Foi um dos marcos na história do município.

Com apenas vinte e nove anos, Luís Carlos Caetano, o Caetano, foi o primeiro prefeito eleito após o periodo de segurança nacional. José Eudoro Reis Tude, o Tude, como é mais conhecido, foi eleito em 1989. Pernanecendo no poder até 92, perdendo as eleições para Humberto Elery.

Através desse histórico de prefeitos, pode-se perceber que o município possui não só uma diversidade cultural, social e econômica, mas também política, marcada pelas diferentes formas de governo e pela chegada da industrialização. Segundo Sandra Parente, Camaçari pode ser definida como “A Cidade das Diversidades".