Coitado do palito de dente

Por ter andado, secularmente, em tantas bocas, em inúmeras situações, e por ser um dos símbolos do extinto “velho malandro” carioca da Lapa, que fazia verdadeiras acrobacias com o palito, inclusive o de fósforo, mostrando que era o tal, somos solidários à permanência da pequena haste de madeira nos restaurantes, pés-sujos ou não.

Mas o projeto de lei estadual que pretende derrubar o palito da mesa, por considerá-lo anti-higiênico, abrindo a boca do freguês para o fio dental, não é mesmo de se desprezar. Desprezível mesmo é (segundo grande parte dos cidadãos) palitar descaradamente à mesa. O hábito deve ter começado – quem sabe? – com o homem das cavernas, e permaneceu imbatível até inventarem a escova de dente.


Em seu primeiro livro, Danuza Leão condenou de vez quem palita em público, mesmo que o palito seja de marfim. Mas a eficiência do instrumento deve explicar seu único sinônimo aplicável ao tema: esgaravatador.

Visualize essa palavra e sinta se ela não fazia, até alguns anos atrás, o serviço direitinho. Não há como ser contra o fio dental (que, de tão eficiente na limpeza dos dentes, chega a viciar o sujeito) e deixar de apoiar a iniciativa do Legislativo fluminense, em prol da saúde bucal da população.


Enquanto se discute como o fio dental será oferecido aos comensais, e quem vai pagar a sua conta (!), alguns restaurantes se adiantaram há muito. É chegar ao banheiro, puxar o fio, fazer o serviço de limpeza - Rárárárá -.


Além de remover aquela constrangedora casquinha de feijão ou um fiapo de carne-seca, que seja, que enfeia qualquer sorriso, o palito ainda pode ser visto como uma passatempo, para aqueles que não abrem mão do famigerado jogo "palitinho", rss.


Ainda não há uma resposta correta, espero que esse projeto de lei não seja copiado pelos parlamentares baianos.



* Com informações da Revista Carta Capital


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